Eric Clapton – Live at the Royal Albert Hall

Sua voz, por incrível que pareça, com o passar dos anos, se tornou cada vez melhor e com um timbre inconfundível e marcante

O guitarrista e cantor Eric Clapton quando completou 70 anos no ano de 2015, resolveu comemorar em grande estilo, pilotando, como poucos, a sua inseparável e velha guitarra fender stratocaster desbotada, numa turnê histórica e de grande repercussão.

Seja no Rock, no R&B ou principalmente no Blues, ele é uma verdadeira lenda do seu instrumento e considerado, ao lado de Jimmy Hendrix, um dos guitarristas mais influentes de todos os tempos.

Na noite de 21 de maio de 2015, ele se apresentou na sua terra natal, Londres, na Inglaterra no mítico Royal Albert Hall.

Ele esteve muito bem acompanhado pela sua superbanda de músicos formada por Paul Carrack, Steve Gadd, Nathan East, Chris Stainton, Sharon White, Michelle John e Andy Fairweather Low.

O resultado desse show é o belíssimo trabalho que pode ser encontrado numa versão econômica, que contempla 1 DVD e 2 CD’s, lançado pelo selo Eagle Rock Entertainment e distribuído no Brasil pela Som Livre.

São mais de 50 anos de carreira e tenho notado, particularmente nos últimos anos, que ele deixou transparecer, de forma muito evidente, as suas influências do Blues e de seus grandes ídolos desde a infância, que são Howlin’ Wolf, Muddy Waters e Freddy King. É evidente que o Blues pulsa forte nas suas veias.

Outro ponto que merece destaque na sua carreira é a organização e realização do Festival Crossroads, que sempre reúne os maiores guitarristas e músicos de diversas gerações.  Toda a renda dos encontros, realizados em 1999, 2004, 2207, 2010 e 2013, foi destinada para o Crossroads Center, centro para tratamento de dependentes de álcool e drogas, que Eric Clapton fundou e mantém em Antiqua, no Caribe. Clapton conseguiu de forma muito transparente expressar suas alegrias e tristezas em suas composições e essa autenticidade lhe dá créditos muito importantes.

Tanto isso é verdade que ele se apresentou nesse templo de gala de uma forma bem simples e, desta forma, conseguiu hipnotizar seus fãs felizardos que lá estiveram e que puderam comprovar que o menos é mais. Ele deu o seu recado apenas com a beleza das suas canções e com os seus impressionantes solos de guitarra. Absoluta coerência com sua personalidade discreta.

Um homem de poucas palavras e que fala muito mais através da sua música. Sua voz, por incrível que pareça, com o passar dos anos, se tornou cada vez melhor e com um timbre inconfundível e marcante.

No “setlist” do show de comemoração do seu aniversário de 70 anos, apenas as músicas que ele teve vontade de tocar e cantar. Nada de imposições, pressões do público ou modismos. Assim é Eric Clapton, um gigante da música.

 

Eliane Elias – “Dance Of Time”

Por incrível que pareça, este álbum é o segundo prêmio Grammy Latino consecutivo recebido pela talentosa pianista, cantora, compositora, arranjadora, produtora, com mais de 35 anos de carreira. E assim como o disco anterior e também premiado, “Dance Of Time”, foi gravado no Brasil.

Lançado no início de 2017 pelo selo Concord Jazz/Universal, o disco conta com 12 faixas e se apresenta como um sensível tributo ao samba.  E emplacou o prêmio na categoria de “Melhor Álbum de Jazz Latino”.

O trabalho tem como marca principal uma mescla muito bem equilibrada das raízes brasileiras com o Jazz, onde se destaca sua voz sensual e muito marcante. Sem falar, no estilo vigoroso e muito marcante no estilo de tocar piano.

Apresenta também, de forma pontual, sua faceta de inspirada compositora, com a gravação de 4 músicas autorais, que nasceram fruto de uma das suas passagens em férias por São Paulo, alguns anos atrás.

Destaques para as participações marcantes de Marcus Teixeira na guitarra, Conrado Goys no violão, Marcelo Mariano no contrabaixo, Edu Ribeiro e Celso de Almeida na bateria, Marivaldo dos Santos e Gustavo Di Dalva na percussão. E os convidados muito especiais: Toquinho e João Bosco nos vocais e violões, Amilton Godoy no piano, Mark Kibble nos vocais, Mike Mainieri no vibrafone e Randy Brecker no flugelhorn.

Ela fez questão de incluir alguns dos músicos que foram muito importantes no início da sua carreira. Também vários compositores brasileiros importantes foram homenageados.
O resultado do disco é exatamente o que Eliane Elias pensou e que esperava escutar ao final das gravações.

A qualidade sonora é inegável e valoriza ainda mais o seu talento e criatividade, que resultaram numa atmosfera diversificada e intensa. Parabéns!

Edu Lobo, Romero Lubambo & Mauro Senise – “Dos Navegantes”


O cantor e compositor Edu Lobo se reuniu com o violonista Romero Lubambo e o saxofonista e flautista Mauro Senise para lançar em 2017 pelo selo Biscoito Fino, este belíssimo CD.

Músicos muito experientes e unidos por vários anos de convivência musical e de uma afinada amizade, quase por acaso, tiveram a ideia de se reunir em estúdio para gravar este CD.

O CD foi concebido no dia do aniversário de Romero Lubambo em 2016 numa conversa informal no jantar de confraternização, que ocorreu após um dia de intensas gravações em estúdio para um outro projeto.

Sabiamente resolveram gravar num formato intimista de voz, violão, sopros, contrabaixo, percussão e piano.
De uma lista inicial de 32 joias de Edu Lobo, tiveram que escolher apenas 11 músicas, que foram gravadas com muita intensidade e cumplicidade em apenas 7 dias.

O resultado deste formato simples e envolvente funcionou muito bem e trouxe uma sonoridade mágica para todas as faixas do disco.

Contou com as participações especiais de Cristóvão Bastos no piano, Bruno Aguilar no contrabaixo e Mingo Araújo na percussão.

Meus destaques ficam por conta de “Toada”, “Valsa Brasileira”, “Na Ilha de Lia, no Barco de Rosa”, “Valsa de Clowns”, “Cidade Nova”, “Considerando”, “O Circo Místico”, “Noturna” e a faixa título “Dos Navegantes”.

Como é bonito ouvir a voz marcante e potente de Edu Lobo incorporada a força instrumental de Romero Lubambo e Mauro Senise. Mescla perfeita de talentos.

Experimente navegar sem receios pelos mares sugeridos por este trio genial. Música e emoção reunidas de uma forma muito especial.

E a notícia mais especial é que o disco foi premiado com o Grammy Latino 2017, na importante cerimônia que aconteceu recentemente em Las Vegas, na categoria de “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira”. Que maravilha! Ainda podemos enxergar uma luz no final do túnel, apesar de tantas porcarias lançadas no mercado. Parabéns ao trio e para todos os músicos envolvidos no projeto!

Fonte: www.digitaljazz.com.br

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